Como funciona a terapia ocupacional ?

O terapeuta ocupacional inicia seu trabalho com uma avaliação criteriosa do paciente. É imprescindível que as atividades propostas tenham significado para a pessoa, com base em suas necessidades e expectativas.

Com essas informações, o profissional elabora planos de reabilitação e adaptação, tendo como primeiro objetivo a autoconfiança do paciente. O trabalho pode ser realizado em sessões individuais ou em grupo.

Equipes multidisciplinares, que além do terapeuta ocupacional contam muitas vezes com neurologistas, ortopedistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos, costumam trabalhar com o paciente questões que perpassam essas diversas áreas.

A terapia está disponível na rede pública de saúde ou em clínicas particulares. Em algumas cidades também pode ser encontrada em escolas, centros de convivência, clínicas geriátricas, serviços de saúde mental, consultórios, etc. Nesses locais, o terapeuta poderá, inclusive, abordar em um grupo mais heterogêneo questões relacionadas ao preconceito ou à inclusão da pessoa com deficiência.

Vale lembrar que idosos, pessoas com deficiência mental ou distúrbios emocionais, pacientes com problemas crônicos, como câncer, doenças reumáticas ou derrames, também se beneficiam desse tipo de tratamento.

Como é o trabalho da terapia ocupacional para pessoas com deficiência ?

Com esse público, a terapia ocupacional intervém sobre as incapacidades resultantes da própria deficiência e sua relação com o ambiente, levando em conta o conjunto de dificuldades que esse indivíduo enfrenta.

Para isso, o terapeuta ocupacional atua junto à família da pessoa com deficiência, faz um levantamento dos espaços que frequenta — sua casa, local de trabalho, estudo ou lazer — e de sua rede social, seus amigos.

Portanto, o trabalho desenvolvido com a pessoa com deficiência não considera apenas a sua limitação, mas como esse paciente se relaciona, como está inserido no contexto social, nunca deixando de lado a sua individualidade.

Muitas vezes, a família de uma pessoa com deficiência também precisa do suporte de um terapeuta ocupacional. Os pais precisam saber lidar com a chegada de uma criança que apresenta alguma limitação, por exemplo. O profissional, nesse caso, fornecerá as orientações e esclarecimentos necessários, para, inclusive, fortalecer as relações familiares, que podem estar fragilizadas em momentos como esse.

A terapia ocupacional ajuda na adaptação da residência ?

A adaptação da residência da pessoa com deficiência também faz parte do trabalho do terapeuta ocupacional. Pequenas modificações podem garantir muito mais independência a esse indivíduo em atividades diárias.

O profissional avalia o desempenho funcional do paciente dentro de sua própria casa ou do seu local de trabalho, sempre com o objetivo de facilitar o dia a dia dessa pessoa, evitando o risco de quedas ou acidentes.

O trabalho é desenvolvido para que sejam respeitados funcionalidade, conforto, segurança, qualidade e preferências do paciente.

Para um cadeirante, por exemplo, é essencial a instalação de rampas, além de portas e corredores largos. Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar acidentes; tomadas e interruptores precisam estar a uma altura confortável para a pessoa que utiliza cadeira de rodas. Deve ser observada, também, a altura de pias, fogões ou mesas.

O banheiro merece atenção especial. Piso antiderrapante e barras de apoio são fundamentais. O terapeuta também pode indicar o uso de alguns acessórios especiais, como espelho inclinado, suporte para lavatório, bancos articulados para o banho, elevação para vaso sanitário, sistema de elevação e transferência individual, entre outros.

Em alguns casos, o terapeuta ocupacional recomenda a chamada ajuda técnica. São equipamentos de tecnologia assistiva, como cadeiras-elevadores ou acionamento automático de luzes, torneiras, descargas e tampas de lixo.